quinta-feira, 8 de abril de 2010

Lucas, Pernalonga, Ana Luiza, Patolino e eu
Vitão, eu e Scott!
Eu e Vitão.
Atlanta
Hotel Hilton
Baltimore
O time todo em Baltimore!
Baltimore
Baltimore



Fala, galera, que eu tanto amo! Sei que receberei muitas críticas (merecidas). Afinal de contas, estou há mais de 3 semanas sem atualizar esse blog. Não vou me esconder atrás de desculpinhas de tempo, estudos e etc..Hehehe. Eu tive tempo, mas só que me deu uma preguiça generalizada nessas últimas semanas pra escrever no blog. Mas aqui estou eu de novo, com a energia renovada e pronto para contar-lhes um pouco do que está acontecendo com essa minha vidinha americana.

Calma, não vou escrever um texto gigante com todas as coisas acumuladas. Vou tentar lembrar só de algumas coisinhas importantes que aconteceram. Talvez deixe passar algumas coisas, mas como já dizia Leonardo Lessa: "O que não me vier à memória, é porque nem foi tão importante assim". Hehehehe.

Então, pessoal, o último dia que eu relatei aqui foi dia 11 de março. Porém, não vou falar dia por dia porque vai ficar muito longo e também porque eu não me lembro.

As aulas continuam as mesmas (Sociologia, História, CDLP e IEP) e, graças a Deus, minhas notas estão muito boas em todas as disciplinas. Na maioria das matérias, com exceção de Sociologia, que tem mais uns 2 trabalhos pra entregar, só falta a prova final pra acabar, porém é aí que a coisa pega, meu amigo. As provas finais são as que valem mais e as que têm mais conteúdo pra estudar, então já enxergo um horizonte sombrio pra essas últimas semanas de aula. Hehehe. Mas como vocês sabem "Depois da tempestade, vem a bonança". E a bonança vai ser umas merecidas férias de 3 meses e alguns dias nesse meu país maravilhoso, que cada vez eu amo mais. As melhores notícias acadêmicas são um 100 em um trabalho de Sociologia e um 20 de 20 na segunda prova de História. Tô fraco não, meu amigo, Cuquinha tá cada vez mais adaptado às aulas e aos estudos. Hoje em dia já consigo sentar numa cadeira e estudar 5 horas ininterruptas (quando necessário), coisa que jamais conseguiria no ano passado e que o Matheus não consegue até hoje. Hehehe. Além disso, estou conseguindo acordar com menos esforço. Não estou dormindo mais cedo e a média de horas que tô tendo de sono é de 6 a 7 horas por dia, mas já estou mais disposto pra acordar e começar mais um dia. Tudo bem que o índice de vezes que eu consigo acordar pra tomar café antes das aulas ainda é baixo, mas isso a gente releva. Já dizia a Bíblia: "Nem só de pão viverá o homem"; imagina de omelete, então. Hehehehe.

Vamos falar um pouco sobre a minha vida esportiva. Desde aquela viagem para Jacksonville que eu descrevi no último post, vários jogos já aconteceram e o time evoluiu bastante. Conseguimos vitórias importantes. Infelizmente, eu ainda estou jogando à base de remédio, mas o meu dedo já está bem melhor e o tornozelo idem. Nós jogamos mais 5 jogos e vencemos todos. Desses 5, eu só perdi 1, então meu saldo na temporada é excelente. Ganhamos de Lipscomb, Georgia Southern, Drexel, Delaware e James Madison. Esses últimos 3 times da lista acima são nossos rivais da Conferência, então os jogos contra eles eram importantes. No último jogo, que foi contra James Madison, a adrenalina foi lá em cima. Todos acabaram seus jogos e o placar marcava 3x3 e só restava eu em quadra. Resumo: Se eu ganhasse o jogo, o nosso time ganharia o confronto e tudo seria festa, alegria e paz, e se eu perdesse, o time perderia o confronto e só haveria sofrimento, dor e ranger de dentes. Hehehe. Tá bom, tá bom, eu sei que eu exagerei, mas a situação era de muita pressão. Mas graças a Deus, eu consegui ganhar o meu jogo e assegurar a vitória pra Georgia State University; foi muito legal a sensação de fechar um jogo tão importante. Dei até entrevista pro site da faculdade; falei mal pra caramba, mas tá valendo. Nosso próximo compromisso é o mais importante do ano: a Conferência lá em Norfolk, Virginia. Vai ser no dia 15 de abril. Torçam pelos Panthers, ou se vocês prefirirem, Panteras (sei que fica meio gay em português). Hehehe.

Então já falei da minha vida acadêmica e da esportiva, agora vou falar sobre lazer. Uma semana depois da viagem à Jacksonville, a irmã do Lucas Thomaz (meu parceiro de casa), veio visitá-lo. Foi muito legal, ela tem 15 anos, chama-se Ana Luiza e ficou uma semana aqui e só trouxe coisas boas. Chegamos um dia de noite depois das aulas (o primeiro dia dela aqui) e a cozinha tava irreconhecível. Parecia que tava brilhando. Ela tinha lavado toda a louça, organizado as panelas e tudo. Aquela cozinha antes era uma terra sem lei. Pena que a arrumação não durou mais de uma semana depois que ela foi embora. Hehehe. Precisamos de uma mulher aqui no nosso ap. urgente. No último dia dela aqui, a gente foi pro Six Flags que é um parque de diversões que tem aqui em Atlanta. O parque é muito legal, com certeza, o melhor que eu já fui (nunca fui pra Disney). Lá tem 9 montanhas russas, uma mais massa que a outra e várias outras atrações. Foi um dia muito bom, foi o primeiro dia de sol mesmo, aqui em Atlanta, até suei. Hehehe. Me lembrou muito férias, pena que no dia seguinte eu tinha aula =(. A notícia triste do dia foi que eu perdi meu celular em uma das montanhas russas, deixei ele no bolso e deve ter caído em um dos milhões de loops. Mas peguei um cel velho do meu amigo, comprei um chip e já estou de celular de novo. O novo número é (404) 271 0306.

Um belo dia, eu estava insatisfeito com o tamanho do meu cabelo e o Victor também estava insatifeito com o dele. Conclusão: decidimos um cortar o cabelo do outro. Porém, essa experiência não foi muito boa pra mim, porque eu cortei o cabelo dele com perfeição e ele me deixou parecendo um cogumelo. Sério, tava parecendo o Bozo. Assim sendo, insatisfeito com essa situação, resolvi cortar meu próprio cabelo e acabei fazendo um excelente trabalho. Depenei ele todo e no final fiquei até bonitinho. Hehehehhe. Então, a partir de hoje, só eu vou cortar o meu cabelo aqui nos EUA. Sei que essa história é inútil, mas como eu lembrei dela, resolvi compartilhar com meus queridos leitores. =).

Outro fato que merece ser comentado aqui é a minha "aventura" no aeroporto. Eu e o time estávamos embarcando pra Baltimore, onde realizaríamos 3 jogos. Aí, na hora do meu check-in, eu pedi pra mulher colocar um lacre de frágil na minha bolsa. Quando ela me perguntou o por quê, eu disse que havia raquetes na minha mala. Ela fez uma cara muita estranha e perguntou de novo:
-What have in your bag? (o que que tem na sua raqueteira?)
-Just rackets (Só raquetes)
Ela fez uma cara estranha e me perguntou o porque de eu estar levando "racket" e eu disse que precisave delas pra jogar. Ai ela chamou o supervisor e disse:
-He has rackets in his bag. (Ele tem raquetes na mala).
Eu tava meio perdidão, aí o supervisor fez uma cara de espanto e foi falar com meu técnico que estava um pouco afastado de mim. Aí eles conversaram e terminaram a conversa rindo e eu sem entender nada. Depois que eu descobri que a minha pronúncia de "racket" tava errada e eu estava falando como se fosse "rocket", que significa foguete. Conclusão: Eles pensavam que eu iria explodir o avião. Heheheh. Imagina o perigo, falar de foguete em um aeroporto americano. Só eu mesmo. Ainda tive que aguentar a zuação do time todo depois, virei motivo de piada até do Victor que tem um inglês bem pior que o meu. Hehehe. Acontece, né?

Na segunda passada eu recebi a notícia de que teria que ir em um etiquet dinner (jantar de etiqueta), nem sabia direito o que era isso, mas minha presença era obrigatória e com traje social. Peguei a roupa do Lucas Thomaz (fiquei muito estiloso) e fui lá pro jantar. Depois eu fiquei sabendo que esse jantar era pra ensinar etiqueta, como se portar à mesa e ser educado em um jantar importante. Eles disseram que como atletas e representantes da Georgia State University, nós deviamos nos apresentar bem em qualquer lugar para representar a GSU da melhor forma possível. Tinha atleta lá de tudo que era tipo e antes do jantar teve uma palestra (muito chata) sobre todas as regrinhas e norminhas que nós devemos saber em um jantar importante. Aquelas coisas de como usar os 3 garfos, 2 facas e 2 colheres que você tem à sua disposição, os sinais que você tem que saber fazer em um restaurante e várias outras coisas bem inúteis. A noite foi até legal, tirando o fato de que a comida era uma porção irrisória. Fazer o que, né? Conhecimento é conhecimento. Eu lembrei logo da tia Andréia, ela ia se realizar em um jantar desses. Hehehe.

A melhor coisa que aconteceu nos últimos meses aqui foi certamente a visita dos meus queridos pais e do tio Beto e tia Deise. A saudade já tava sufocando demais e essa visita deles, mesmo que só por 1 dia e meio, valeu muito à pena. Eles chegaram aqui no sabado de manhã e eu fui busca-los no aeroporto de Atlanta de metrô. Foi muito bom quando a gente se encontrou, não tem nada melhor que a família, ainda mais se tratando desses pais maravilhosos que eu tenho. Quem pensa que pelo fato de só termos um dia e meio junto nós fizemos pouca coisa está enganado. Alugamos um carro no aeroporto e fomos dar entrada no hotel Hilton. Depois disso, apesar do cansaço da tia Deise e da minha mãe, fomos conhecer o museu da Coca-Cola aqui em Atlanta e o Aquário que é o maior do mundo. O museu da Coca-Cola foi bom, mas o aquário foi muito melhor. Poucas vezes vi uma coisa tão bonita. O lugar é muito mágico e valeu muito à pena conhecer. Depois desse passeio, a tia Deise e a minha mãe estavam exaustas e fomos descansar um pouco no hotel. A tia Deise só pareceu recuperar as energias quando a gente falou em fazer compras. Hehehe. À noite ainda fomos em uma vizinhança brasileira que tem aqui em Atlanta e comemos em uma padaria brasileira que tinha coxinha e tudo. Domingo, depois de ter dormido no meio do meu pai e da minha mãe, relembrando a infância (hehehe), fomos pra igreja que eu tô frequentando aqui em Atlanta. Depois fomos comer numa churrascaria brasileira; de verdade, quase chorei de emoção quando eu vi aquela picanha na minha frente. Pude relembrar o tanto que a comida brasileira é melhor do que a americana. Só lembrei da comidinha da Sandrinha e da vovó Anna. E assim chegou ao fim a visita deles. Foi muito importante pra recuperar as energias, lembrar um pouco dessa minha vida maravilhosa que eu tenho me esperando em Brasília e ganhar um fôlego extra pra essas semanas finais de aula.

Então pessoal, isso foi basicamente o que aconteceu de mais importante nessas últimas três semanas de ausência bloguísticas. Espero que o texto não tenha ficado muito grande e desconfortável de ler. E lembrem-se: daqui a pouco o Cuquinha tá de volta pras suas merecidas férias. A saudade tá batendo muito forte de todos vocês. A todo momento estou lembrando de cada um de vocês e relembrando os momentos memoráveis que passamos juntos. É incrível como eu passei a dar muito mais valor a coisas simples, como amizade, companheirismo, família e etc... Tô com muita saudades dos meus irmãos. Pude perceber aqui o tanto que eles significam na minha vida. Vou encerrar por aqui essa atualização, mas vou deixar com vocês o texto que eu escrevi no começo do semestre aqui mesmo nesse blog sobre saudade. É exatamente assim que eu sinto em relação a cada um de vocês. Saibam que vocês valem muito à pena.

Saudade

Nunca tinha sentido isso antes. E nunca ninguém conseguiu me descrever exatamente como era esse sentimento. É um vazio momentâneo, uma solidão passageira, mas uma falta constante. Confuso, né? Realmente é difícil descrever essa tal de SAUDADE.
Em meus devaneios constatei que saudade não é uma coisa ruim, ao contrário do que outros dizem, mas também não posso dizer que é boa. Resumiria que é uma realização pessoal em saber que valeu à pena. Sei que não estou sendo claro, mas o que eu tô sentindo agora é longe de ser descritível.

Percebi também, que a saudade é a arte de fazer da sua memória sua melhor amiga. E é nela que me conforto todos os dias nos quais o coração aperta, felizmente tenho nela o refúgio precioso que tanto preciso em tempos assim. Pode ser meio contraditório, mas a memória é o veneno e o antídoto. Ela fere, mas também cura. Ela maltrata, mas também alivia. Imagina se eu não tivesse bons momentos guardados na memória; provavelmente não sentiria saudade de nada, afinal de contas, eu só sinto saudade daquilo que me faz falta. Será que valeria à pena? Será que esse aperto no peito vale o preço de uma vida vazia? É claro que não. Como é bom saber que eu tenho muitos motivos pra sentir saudade, como é bom olhar pra trás e saber que nada foi em vão, que tudo de fato aconteceu.

Não é minha intençao descrever aqui o que é saudade, seria muito ousadia minha. O que aqui está escrito são palavras soltas baseadas em sentimentos e sensações. O que posso concluir é que saudade dói muito, mas é uma dor gostosa de se sentir. Então, se você já sentiu saudade, se tá sentindo agora, ou se um dia vier a sentir, saiba que você é um grande sortudo, pois um dia você teve algo ou alguém que valeu à pena!!!